Pontos de Ancoragem em Cintos de Segurança: O Que São e Como Utilizar com Segurança
- Arquimedes

- 1 de set.
- 3 min de leitura
Quando se trata de trabalho em altura, todo detalhe conta — e o uso correto do cinto de segurança pode ser a diferença entre a vida e a morte. Mas tão importante quanto o cinto em si são os pontos de ancoragem, que garantem a eficácia do sistema de proteção contra quedas.
Apesar de ser um assunto técnico, entender os diferentes tipos de pontos de ancoragem e como usá-los corretamente é fundamental para qualquer profissional que trabalhe a partir de 2 metros de altura, conforme estabelece a NR-35.
Neste artigo, vamos explicar o que são pontos de ancoragem, os principais tipos existentes e as boas práticas para garantir segurança total no uso do cinto.
O Que São Pontos de Ancoragem?
Pontos de ancoragem são os locais — fixos ou estruturais — onde o sistema de segurança contra queda é preso. Eles servem para conectar o cinto de segurança (através de talabartes, travas quedas ou outros dispositivos) a uma estrutura resistente, garantindo que, em caso de queda, o trabalhador não atinja o solo ou partes inferiores da estrutura.
Um bom ponto de ancoragem deve suportar no mínimo 15kN (aproximadamente 1500 kgf), conforme as normas técnicas vigentes (como a ABNT NBR 16325-1), além de estar corretamente instalado, identificado e inspecionado regularmente.
Tipos de Pontos de Ancoragem
Existem dois principais tipos:
1. Ponto de Ancoragem Estrutural (Fixo)
Instalado diretamente na estrutura da edificação ou equipamento, como vigas, lajes, colunas ou torres metálicas.
Características:
Permanente;
Projetado por profissional habilitado;
Necessita de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica);
Pode ter uma ou várias conexões simultâneas.
Exemplo de uso: ancoragens em fachadas de prédios para limpeza ou manutenção.
2. Ponto de Ancoragem Temporário ou Portátil
Dispositivos que podem ser instalados e removidos conforme a necessidade, como cintas de ancoragem, tripés ou linhas de vida móveis.
Características:
Ideal para trabalhos pontuais;
Fácil instalação;
Deve seguir as mesmas exigências de resistência do ponto fixo.
Exemplo de uso: trabalhos em torres, escadas ou estruturas temporárias de manutenção.
Pontos de Conexão no Cinto: Onde Conectar?
No próprio cinto de segurança tipo paraquedista, existem diferentes pontos de conexão para os talabartes, cada um com uma finalidade específica:
Ponto no Cinto | Localização | Finalidade |
Dorsal (costas) | Região entre os ombros | Quedas em geral; o mais utilizado em retenção de queda |
Esternal (peitoral) | Centro do peito | Usado com trava-quedas retrátil frontal ou em resgates |
Lateral (cintura) | Lados do cinto | Trabalhos posicionados (ex: andaimes), não para retenção de queda |
Abdominal | Parte frontal inferior | Trabalhos de acesso por corda (escalada industrial) |
⚠️ Atenção: conectar o talabarte em um ponto errado do cinto pode anular a eficácia do sistema e aumentar o risco de lesões graves.
Boas Práticas no Uso de Pontos de Ancoragem
Planejamento é tudo: Nunca comece um trabalho em altura sem planejar os pontos de ancoragem e o trajeto de movimentação.
Verifique a resistência: Nunca improvise! Apenas use pontos de ancoragem certificados e que garantam a resistência mínima exigida.
Inspeção diária: Antes de usar, verifique o estado do cinto, talabarte e da estrutura de ancoragem.
Treinamento NR-35 obrigatório: O trabalhador deve estar treinado e consciente sobre o uso correto do equipamento e dos pontos de ancoragem.
Utilize linhas de vida sempre que possível: Em deslocamentos horizontais ou verticais, o uso de linhas de vida proporciona proteção contínua.
Conclusão
Os pontos de ancoragem são a base de qualquer sistema de proteção contra quedas. Mais do que um simples “gancho”, eles precisam ser tratados como parte essencial da estratégia de segurança em altura. Quando bem planejados, bem instalados e utilizados corretamente, esses pontos salvam vidas.
Se você é empregador, técnico de segurança ou trabalhador exposto ao risco de queda, nunca subestime a importância de um bom ponto de ancoragem. Segurança começa com o conhecimento — e termina com a prevenção.
Dica final: Exija sempre que os sistemas de ancoragem tenham projeto técnico, inspeção periódica e certificação, conforme exigido pelas normas da ABNT e pelas diretrizes da NR-35.
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